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Quinta, 28 de março de 2024
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Ponta Grossa 17/07/2021

Hospital Universitário dos Campos Gerais humaniza atendimento na pandemia

Hospital vinculado à Universidade Estadual de Ponta Grossa implantou um curso para profissionais de todos os setores. Objetivo é melhorar o relacionamento interpessoal e promover acolhimento

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Hospital Universitário dos Campos Gerais humaniza atendimento na pandemia

O Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, vinculado à Universidade Estadual de Ponta Grossa (UEPG), implantou um curso para profissionais de todos os setores com o objetivo de melhorar o relacionamento interpessoal e promover acolhimento e bom atendimento ao paciente durante a sua permanência.

Por meio de um grupo no WhatsApp, os profissionais devem fazer uma tarefa por dia e refletir sobre suas práticas profissionais. Eles dialogam e trocam impressões entre si.

Isadora Correa Prestes, fisioterapeuta e mentora do projeto, conta que a proposta surgiu a partir de uma aula de humanização da Residência Multiprofissional em Reabilitação, na qual são desenvolvidas atividades para impactar a vida dos residentes. “A pandemia trouxe a necessidade de conversar no ambiente hospitalar”, afirma.

Para ela, a importância da conscientização sobre humanização é sair da rotina. “O cansaço que a pandemia trouxe para as equipes mudou o dia a dia hospitalar totalmente e a forma de se trabalhar. Daí a importância de voltarmos a falar do outro, enxergar e reconhecer os seus limites e voltar a sorrir para o próximo”, destaca.

A copeira Juliana de Andrade Salvador, por exemplo, serve almoço no refeitório para os funcionários e ceia à noite para os pacientes. Ela já incorporou hábitos que aprendeu no curso. “Penso que, depois de muitos anos fazendo a mesma coisa, infelizmente ativamos o piloto automático e, com o decorrer do tempo, esquecemos da essência de quando começamos a trabalhar”, diz.

Miriam Darlana Ferreira é recepcionista do Pronto Atendimento e conta que sentiu o impacto da rotina pesada dos últimos meses. “Às vezes, acabamos levando o trabalho de maneira mais automática, mas é sempre bom lembrar que trabalhamos com pessoas, muitas delas em situações delicadas”, ressalta.

Colocar-se no lugar do próximo é a máxima que Miriam levará para sua atuação profissional. “Sei que posso acalmar o familiar de um paciente internado, e essas pequenas atitudes mudam o dia de alguém”, completa.

Para Karine Mariano Rosa de Sousa, técnica de enfermagem da UTI Covid, o curso veio em uma época que todos estavam precisando. Segundo ela, o volume de trabalho é tão grande que a equipe luta para não fazer tudo no automático.

“Nos sentíamos vazios, pois já havíamos dado tudo que tínhamos de nós e precisávamos de carinho, de vigor, de esperança e de refrigério para a alma”, reflete.

Apesar de todo o reconhecimento interno e externo que os profissionais tiveram ao longo desse período, a rotina na prática ainda é pesada. “O curso nos revigorou. Teve dias que ação proposta nos fazia refletir e, em alguns momentos, posso dizer que repensei minhas atitudes”, afirma.

Depois do curso, Karine valorizou ainda mais o olhar carinhoso para com as pessoas. “Aquela lamparina, que é símbolo da nossa profissão, para mim indica a luz que levamos em meio às trevas, da morte que às vezes ronda nossos pacientes. Porém, como bravos guerreiros da vida, não deixamos nossos pacientes desistirem”, diz.

Novo olhar

Refletir o comportamento com todos. Isso foi o que a técnica de enfermagem Vanusa Aparecida de Oliveira fez durante o curso. “Aprendi a reconhecer a importância que cada um tem na minha vida, tanto a família, quanto pacientes e colegas de trabalho”, explica.

Para ela, o ponto-chave da humanização no trabalho é fazer com que o atendimento seja igual com todos.

Para enfermeira Priscila Tozetto, é maravilhosa a expressão de gratidão do paciente quando o profissional o atende com dedicação. “Acho muito importante buscarmos a humanização no nosso trabalho, porque isso traz benefícios não só para o paciente, mas também para quem coloca esse aprendizado em prática”, afirma.

O vigilante Marcos Araújo aprendeu o significado amplo de empatia. “É necessário ter mais humanização no serviço para que tenhamos um local de paz, tranquilidade, pois o trabalho é onde passamos boa parte da nossa vida e devemos fazer dele um bom lugar”, arremata. (Com assessoria)