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Política 02/06/2021

Bloco Cristão encabeça "defesa" para arquivar denúncias contra Felipe Passos

Os argumentos usados foram de que o colega de Bloco ainda não foi julgado pelo Judiciário e que as denúncias são "politiqueiras", apresentadas por desafetos do parlamentar

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Bloco Cristão encabeça "defesa" para arquivar denúncias contra Felipe Passos

O arquivamento de duas denúncias contra o vereador Felipe Passos (PSDB) nesta quarta-feira (2), por quebra de decoro parlamentar, teve participação efetiva dos colegas do Bloco Cristão. O líder do Bloco, Leandro Bianco (Republicanos), e os outros dois membros, Missionária Adriana (SD) e Léo Farmacêutico (PV), discursaram antes da votação em defesa de Passos.

Os argumentos usados foram de que o colega de Bloco ainda não foi julgado pelo Judiciário em ação do Ministério Público, e que as denúncias são "politiqueiras", apresentadas por desafetos do parlamentar.

Uma das deúncias partiu dos vereadores Geraldo Stocco (PSB) e Josi do Coletivo (Psol), enquanto a outra foi apresentada pelo PSDB municipal, assinada pelo presidente Marcelo Rangel. Em ambas as acusações de quebra de decoro parlamentar envolvem supostas práticas de 'rachadinha', assédio sexual e moral.

De acordo com Bianco, toda pessoa acusada de algo tem o direito de se defender, e que não é correto fazer um pré-julgamento antes de encerrado todo o processo. Ele ressaltou ainda que Stocco, um dos autores de uma das denúncias, não tem uma boa relação com Passos, e que o mesmo acontece com Rangel, que teve problemas políticos com Passos durante a campanha de 2020.

"Não somos juízes. Os propositores da denúncia já condenaram o vereador, e isso não podemos aceitar porque é injusto. Vamos aguardar o processo no âmbito jurídico, até mesmo pelo fato do vereador ter afirmado que vai renunciar caso seja condenado", disse Bianco, enfatizando que a Corregedoria da Casa já havia arquivado denúncia de mesmo teor contra Passos.

Missionária Adriana e Léo Farmacêutico usaram argumentos similares. Para a vereadora do SD, quem deve investigar Passos é o MP, e o julgamento ser feito pelo Judiciário, sem envolver a Câmara, através de uma Comissão Parlamentar Processante (CPP).

Favoráveis à CPP defendem investigação

Por outro lado, os vereadores que defenderam a abertura da investigação argumentaram que não se tratava de uma condenação, mas, sim, de uma investigação em cima de acusações que embasam ação civil pública por parte do Ministério Público.

Izaías Salustiano (PSB) se posicionou a favor da abertura da CPP. "Nós temos o dever de investigar, para dar uma resposta à população. A ação que tramita no Judiciário não tem dia para terminar, e não tem relação direta com o trabalho da Câmara, que tem o dever de investigar eventual quebra de decoro de seus pares e de realizar um julgamento político-administrativo", declarou Izaías, enfatizando que os fatos elencados nas denúncias precisam ser esclarecidos.

Outro que defendeu a CPP foi Marcelo Careca (PSB), suplente do vereador Geraldo Stocco, impossibilidado de votar por ser denunciante. "Temos três poderes constituídos e cada um tem que fazer a sua parte. Toda denúncia é passível de investigação, até porque o povo anseia pelo que é correto. Quem não deve, não teme", disse Marcelo.

As duas denúncias foram votadas de forma englobada e ambas arquivadas por 9 votos contra 8.

 

Foto: PMPG