O atleta Miguelito, do América-MG, foi preso em flagrante na noite do último domingo (4), acusado de cometer um ataque racista contra o jogador Allano, do Operário. O caso foi registrado no jogo entre os dois times, no Estádio Germano Krüger, em partida válida pela sexta rodada do Campeonato Brasileiro Série B.
Segundo informações divulgadas pela Polícia Militar do Paraná, através do delegado Gabriel Munhoz, Miguelito teria falado “preto do caralho” contra o atacante do Fantasma. O caso aconteceu aos 30 minutos de jogo, após uma disputa de bola seguida de falta marcada para o alvinegro.
A equipe de arbitragem interrompeu o jogo e acionou o protocolo antirracismo da Confederação Brasileira de Futebol, realizando o sinal de braços cruzados. A partida ficou paralisada por 14 minutos e foi retomada sem nenhuma punição ao atleta do América-MG. Durante a entrevista coletiva, o treinador Bruno Pivetti, do Operário, questionou a conduta. “O criminoso foi beneficiado. Não tem um protocolo bem definido”.
De acordo com a Polícia Civil, a ofensa foi confirmada tanto pela vítima quanto pelo capitão do Operário, Jacy. “Embora as imagens da transmissão oficial não tenham captado a ofensa, já que o atleta estava de costas para as câmeras no momento da fala, os depoimentos foram considerados suficientes para a caracterização do flagrante”, diz a nota divulgada à imprensa durante a madrugada.
Ao final da partida os dois atletas da Fantasma e o boliviano foram conduzidos pela Polícia Militar até a 13ª Subdivisão Policial de Ponta Grossa, para realizarem seus depoimentos. Após ouvir todos os envolvidos, foi dado voz de prisão em flagrante ao jogador Miguelito pela prática de crime de injúria racial.
A Polícia Civil já estabeleceu contato com os canais de transmissão da partida, através do advogado do Operário, para obter possíveis imagens captadas de outros ângulos que possam ter registrado a fala racista.
Miguelito permanecerá custodiado até a realização da audiência de custódia. O Inquérito Policial deverá ser concluído nos próximos dias. A pena máxima prevista para crime de injúria racial é de cinco anos de reclusão. (Com informações de assessoria. Foto: Mourão Panda)