O deputado estadual e ex-prefeito de Ponta Grossa, Marcelo Rangel (PSD), atendeu ao convite da Comissão Especial de Investigação que analisa o contrato de concessão da coleta de resíduos sólidos em Ponta Grossa, a CEI do Lixo.
Em oitiva na tarde desta quinta-feira (22), ele respondeu às indagações da CEI, formada pelos vereadores Professor Careca (PV), Leo Farmacêutico e Teka dos Animais, ambos do União Brasil.
Entretanto, o que chamou a atenção foi que, a orientação e o direcionamento das perguntas a Rangel, foi todo feito pela empresária, consultora ambiental e ex-secretária municipal de Meio Ambiente, Patrícia Tuma Hilgemberg, que não é funcionária da Câmara e nem assessora de nenhum dos vereadores que integram a CEI.
Diante disso, Rangel questionou a função dela na CEI, e o presidente da comissão, Professor Careca, afirmou que Patrícia foi convidada e é voluntária para auxiliar o trabalho de investigação dos parlamentares.
Estranho
No entanto, Rangel disse "achar estranho" o fato de a empresária ser ligada à Replace Energy Company Geração de Energia Ltda, empresa que, conforme informações públicas, atua no tratamento e disposição de resíduos não-perigosos — serviço semelhante ao prestado pela Ponta Grossa Ambiental (PGA), alvo da investigação da CEI, por ser a empresa detentora do contrato para o serviço da coleta de lixo.
Segundo informações que constam no perfil do Linkedin de Patrícia, ela é proprietária da Replace Energy Company Geração de Energia Ltda.
“Minha empresa não possui o CNAE para esse tipo de serviço, e nunca prestei serviços aqui no Brasil para o poder público na atividade que a PGA realiza, até porque legalmente minha empresa não tem os requisitos para atuar no serviço público”, afirmou Patrícia ao ser indagada pelo portal DpontaNews.
Trabalho comprometido?
Patrícia tem participado de todas as oitivas da CEI, o que pode comprometer todo o trabalho que a comissão realizou até o momento, diante do eventual conflito de interesses. Afinal, em uma época em que tempo é dinheiro, qual trabalhador(a), do gabarito desta profissional, despenderia de tanto tempo 'voluntário' somente para auxiliar os membros da CEI, sem nenhum interesse? Tal indagação também deveria ser levantada pelo Ministério Público.